quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Epílogo : Ruy

Final de mais uma etapa : Finalmente estou de volta com a minha companheira de viagem, depois de 6 meses de separação devido a diversos fatores principalmente burocráticos. Acompanhei a retirada das motos no porto seco de Curitiba e as entreguei para o FERNANDO nosso "mecânico mor".
Chegaram bem e sem nenhum arranhão.

O Fernando revisou primeiro a moto do Juliano que inclusive já viajou com ela. A minha moto está excelente agora com 30 mil km. Pneus novos para tirar a má impressão dos últimos trechos da viagem quando o pneu traseiro - já gasto - nos deu uma grande canseira.

Para entrarmos no clube dos "Fazedores de Chuva" ainda nos resta fazer o trecho de Nashville nos Estados Unidos ( onde paramos ) até o Alaska. Neste "clube" só entra quem fez toda a Panamericana,
desta Ushuaia até o Alaska ...

Estou lendo um livro muito legal, chamado "Obsessions Die Hard" escrito por um cara - Ed Culberson  - que cruzou de moto a famosa floresta de DARIEN, único trecho sem estrada da rodovia Panamericana.

Aguardem os próximos capítulos.

Em tempo : Estamos preparando uma super palestra com detalhes da nossa "excursão" .....

Obrigado a todos que viajaram conosco !


sexta-feira, 10 de maio de 2013

FIM (VISÃO JULIANO)

Rodamos quase 14.000 km em 26 dias. Descansamos 6. Muita gente me perguntou de que lugar mais gostamos, qual foi o lugar mais bonito que vimos, aonde eu voltaria novamente... Em uma viagem longa como esta, passando por cenários tão variados, uma infinidade de belezas naturais vem à cabeça. Mas nada que vi se compara às experiências que tivemos no rápido contato com muitas das pessoas que conhecemos nestes 32 dias. Conversar, ouvir, entender o que elas pensavam, e perceber que no final, por mais diferentes que sejamos, somos muito parecidos, foi a melhor parte da viagem. Tirando uns caras mais malucos, o desejo coletivo é bem próximo. E isto se traduziu na forma como fomos tratados, muito bem tratados, na maioria dos lugares pelos quais passamos. Claro que nossas motos atraíam as pessoas, aproximavam muita gente que tinha curiosidade em saber de onde éramos e para onde íamos. E todos se impressionavam. Mas mesmo sem a presença das motos, a hospitalidade e a maneira cordial como desconhecidos nos receberam foi marcante.     

A preparação da viagem, rápida mas indispensável, foi um tempo bem gasto. Em menos de 3 meses conheci gente que fez questão de transmitir conhecimentos dos mais variados, que foram utilíssimos em várias situações, e que não se limitaram ao roteiro, à bagagem ou às condições da estrada. Alguns conselhos precisei pedir durante a própria viagem. Ter conversado com o Zeca Deliberador, com o Robson Cury, o Acir Bueno, o Dolor Silva e com o Beto Madalosso, todos estradeiros de verdade, que já rodaram bem mais que nós, tornaram a viagem concreta antes mesmo dela ter começado, e isto foi muito importante pra tudo ter dado certo.

Pra concluir, achei que os EUA fossem mais perto. Não é. É bem longe. Mas vale a pena. Tudo o que passei e senti foi proveitoso. Mas ir até lá, ou até Prudhoe Bay, como já me disseram, não muda nada. A resposta, infelizmente, não está lá. Está em nós. Em cada um. Uns procuram, outros nem se importam.

As motos já estão chegando e informarei, em breve, como tudo saiu. O desembaraço aduaneiro vem sendo objeto de perguntas por muitos dos que já tiveram que mandar as motos de volta e sabem do drama que isto envolve. Farei uma última postagem assim que estiver com a moto na mão.  

     

sábado, 9 de fevereiro de 2013

30°, 31° E 32° DIAS - HOUSTON - COVINGTON (LA) - BIRMINGHAM (AL) - NASHVILLE (TN) (VISÃO JULIANO)

Depois de uma estadia excelente na casa dos Chambers, em Birmingham, onde pude matar minha saudade de brincar com crianças, mas ao mesmo tempo ficar ainda com mais vontade de ver os meus filhos, chegamos ao nosso destino final, em Hendersonville, ao lado de sua vizinha mais famosa, Nashville. Estradas excelentes nestes últimos 3 dias, como de costume, mas com a pilotagem já afetada pelo inverno americano. Escolhemos um traçado mais próximo ao Golfo do México para pegarmos frio o mais tarde possível, mas viajar de moto por aqui, nesta época, só das 9 às 16, e com sol, senão é muito frio. No trecho final viajamos bastante tempo com temperatura próxima aos 5° C, o que não é fácil. Pra cima do Tennesse, no inverno, só com roupa com aquecimento elétrico. 

Gastamos um pouco de tempo nestes últimos dias com visitas aos postos de combustível para encher o pneu da moto da Ruy, que passou a enfrentar alguns problemas de vazamento e chegou bem careca no final da viagem. O Metzler que vai na KGT é bastante macio, gastando mais do que o que vai na GS e não sendo nada recomendado para fora de estrada. Entre todas as simpatias que fizemos para ele aguentar, o tire inflator da Motul foi imbatível. Recomendamos levá-lo na bagagem, junto com a bomba de ar elétrica e o reparador de pneu (filetes), sempre torcendo para não usar nenhum. 


Já em Hendersonville tiramos o que não vai com as motos pro Brasil e levamos elas na concessionária da BMW em Nashville, a Bloodworth Motorsport. Colocamos pneus zero, com preço de EUA, mas com serviço caro, o que assim mesmo deixou mais barato do que comprar e colocar no Brasil. Devidamente embaladas, serão transportadas até Atlanta e voltarão para casa via porto de Savanah-Georgia até Navegantes-SC, procedimento todo a ser executado pela Brazilian Trade.



DADOS DA VIAGEM:


01/02/2013 -  HOUSTON - COVINGTON (LA)
Partida: 8:45h
Chegada: 17:10h
Distância: 512 km
Consumo médio: 17 km/l
Temperatura Mínima/Máxima: 18/20°C (chegada com 18°C)
Trajeto: I10-E 
Hospedagem: Confort Inn - Avaliação: bom/Preço: caro (reserva - balcão)

02/02/2013 - COVINGTON - BIRMINGHAM (AL)
Partida: 8:35h
Chegada: 17h
Distância: 540 km
Consumo médio: 18 km/l
Temperatura Mínima/Máxima: 13/18°C (chegada com 15°C)
Trajeto: I59-N 
Hospedagem: Chamber's House

03/02/2013 - BIRMINGHAM - HENDERSONVILLE (TN)
Partida: 8:30h
Chegada: 12:05h
Distância: 355 km
Consumo médio: 18 km/l
Temperatura Mínima/Máxima: 5,5/10°C (chegada com 8,5°C)
Trajeto: I65-N 


Do Texas a Louisiana

Tina e Ruy
Covington, LA





Shellie, Harper e Rob - Alabama



Anfitriões no Alabama

Foto do sofá


Hoover, Alabama

Estradas não nascem prontas aqui...

E depois de prontas ficam lisinhas



Huntsville, Alabama




Vista de Nashiville
Chegando em Hendersonville, TN



Foto tradicional - Ruy, Juliano e Sue Foster





Almoço na chegada aos Fosters

53.807 - 39.866 = 13.941 km - Acho que está bom 

Sou brasileiro e não desisto nunca...

Craig Foster e o cara da bandeira
Ruy à paisana

Visita ao Corvette Museum, em Bolling Green, Kentucky
Jess Cary e Juliano - Corvette Museum

Motoca entregue na BMW de Nashville



Prontas para voltarem para casa...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

28° E 29° DIAS - TUXPAN - BROWNSVILLE (EUA) - HOUSTON (VISÃO JULIANO)

Para os que ainda não sabem, chegamos aos EUA. Emocionante, enquanto conquista de um objetivo, mas um pouco frustrante, pelo tratamento dispensado na fronteira. O procedimento migratório foi rápido e objetivo. Fronteira de pequeno porte e com funcionários suficientes para o trabalho. Na hora do permit para as motos, perguntas e mais perguntas e má-vontade em ver que tinhamos visto válido para ingresso nos EUA e que saímos do Brasil e viemos até aqui para não para ficarmos para sempre, mas como o destino de uma longa viagem. Autorização concedida, veio o alerta para da próxima vez trazermos documentação hábil a comprovar a origem das nossas receitas financeiras e vínculo com o Brasil, como no caso da concessão do visto. Talvez este seja um procedimento desta fronteira em específico, talvez seja algo novo. Mas ficamos um pouco preocupados durante a série de questionamentos, e mais ainda quando o agente aduaneiro, depois de tudo já certo, me confirmar que poderíamos ter o permit negado. Imagine cruzar a  América do Sul e Central inteira pra não entrar nos EUA?! 

Antes de chegarmos aqui, saímos de Tuxpan para rodarmos com muita neblina por quase 2 horas. Estradas um pouco esburacadas e com bastante movimento até Tampico. Depois de lá, trechos excelentes. Velocidade de cruzeiro 160km/h. Não andamos nesta velocidade, obviamente. Dá para fazer tranquilamente até a fronteira em Matamoros no dia, chegando cedo lá. Não conseguimos chegar porque tivemos um pneu furado e uma sessão "encontros e desencontros" no caminho. Como para a GS não existem muitos obstáculos, fiquei um pouco para frente do Ruy em um trecho de chão, onde estão refazendo a rodovia. Bem ali furou o pneu traseiro da moto dele. 50 km depois, senti a falta do Ruy. Conversei com alguns viajantes e descobri que ele estava me esperando. Voltei para buscá-lo e depois de muito rodar, não vi ele e consegui passar do lado da moto dele, que estava parada quase no meio da estrada. Como o Ruy tem carro bom e não usa serviço de guincho há muito tempo, não sabia que precisava esperar ao lado do veículo, para facilitar o serviço do resgate. Sem explicação, não vi nem ele nem a moto e rodei mais 12 km até um ponto em que sabia que tínhamos passados juntos. Depois, no reencontro, foi só alegria, mas só encontramos o furo porque eu tinha a bomba de ar elétrica, porque os cilindros de ar não mostravam o problema. Vale a pena carregar o equipamento.

No trajeto até a fronteira fomos parados em alguns postos de controle militar e a presença da polícia federal é constante. Todos com quem falamos dizem que a região é muito perigosa, mas enquanto há "vigilância", ou seja, até as 19 horas, o problema é bem pequeno, o que foi confirmado pelas autoridades locais. O que não dá para entender é por que então não se tem presença policial também à noite, forçando os "mafiosos", como os bandidos são chamados, a diminuírem suas ações criminosas?! E isto ocorre não só no México, como já mencionamos antes.

Hoje viemos da fronteira americana até o subúrbio de Houston, com as estradas que todos gostaríamos de ter no Brasil. Mais de 600 km em 7 horas de viagem. GPS funcionando milimetricamente, postos de gasolina por tudo, lanchonetes, restaurantes, enfim, estamos nos EUA. As estradas são tão boas que até perde a graça. Estamos pilotando só por instrumentos.

DADOS DA VIAGEM:

30/01/2013 -  TUXPAN - BROWNSVILLE (EUA)
Partida: 7:30h
Chegada: 22:30h
Distância: 812 km
Consumo médio: 12 km/l
Temperatura Mínima/Máxima: 24/29°C (chegada com 18°C)

Trajeto: ...;
Hospedagem: Motel 6 – Avaliação: just a cheap motel, conforme quem nos indicou o lugar /Preço: caro (balcão)
Postos de Combustível: Encontrados a distâncias tranquilas. Aceitaram efectivo e cartão de crédito;
Fronteira: Entrada EUA:  US$ 6 permit


31/01/2013 - BROWNSVILLE - HOUSTON
Partida: 10:45h
Chegada: 17h
Distância: 620km
Consumo médio: 17 km/l
Temperatura Mínima/Máxima: 22°C (chegada com 18°C)
Trajeto: I77, I59, US 10;
Hospedagem: Quality Suites – Avaliação: muito bom /Preço: excelente (balcão)




Último dia de México






Polícia Federal do México


Tietagem


Andres e Silvestres - deram um retoque no pneu da moto do Ruy


Salindo do México



Quase lá....





Texas


É tudo a mesma coisa...



Aqui também tem pedágio